quinta-feira, 23 de novembro de 2017

1° Infinity Brazil Open - Report e Análise

Hell-o infiniteiros, infiniteiras e curiosos!
Como prometido anteriormente, bora falar do 1° "Campeonato brasileiro de infinity"!

O 1° Infinity Brazil Open foi o primeiro campeonato brasileiro de infinity, como eu falei aqui em cima, existiram outros ITS (Infinity Tournament System) antes do Open, mas esse foi o primeiro que teve apoio da Corvus Belli no nosso país. 


Faixada e interior da Game Vault


Ele aconteceu dia 14/10/2017 com organização do CPW e de um dos Warcors brasileiros, o André "Streem" Andrade, e realizado na Game Vault, loja de jogos em São Paulo, reunindo dez jogadores durante três rounds suíços com prêmios para os melhores colocados nas categorias: Melhores Generais, Melhores Exércitos Pintados, Melhor Oponente, Melhor Miniatura Individual e Campeão Geral. e também para todos que participaram! 


Prateleira de Infinity antes de ser "saqueada"

Aliás, dá uma olhada no artigo do Rafael Goldstein, escritor do Provollone, neste link, ele compareceu ao Open também e teve seu primeiro contato com Wargames lá!

Enfim, cheguei bem cedo lá, fui com um outro amigo que também participou do Open, chegamos na Game Vault praticamente junto do pessoal do CPW que foram ajudar na arrumação do local. Logo de cara gostei da loja, ela é bem grande e bonita, além de ter milhões de opções de jogos! A galera aproveitou e fez umas compras (apoiar o comerciante local é importante :D), lembrando que a loja tem vários produtos a pronta entrega, além da possibilidade de pedir por encomenda, e não é só miniaturas! Tokens, cenários e playmats também podem ser adquiridos lá, tudo por um preço bem justo.

Um pouco de cada mesa preparada pro Open

Os jogos de Infinity foram todos na parte de trás da loja, tinha espaço suficiente para as cinco mesas necessárias com tranquilidade e ar condicionado pra afastar o calor que fazia no lado de fora (e no lado de dentro durante as partidas!), as mesas eram todas muito bem montadas e pintadas cada um com um tema diferente.


 Como falei antes, foram três rounds com pareamento suíço (pra quem não conhece, resumidamente, os jogadores com as melhores colocações vão se encontrando a cada round, afim de evitar que posições muito afastadas na tabela se enfrentem).

Primeiro round 

A primeira missão foi "Safe Area" que é uma missão bem direcionada para combate frontal, você pontua no final do jogo se:
  • Dominar o mesmo número de quadrantes que o adversário (3 pontos, mas só se você dominar no mínimo um quadrante).
  • Ter o seu DataTracker em um quadrante dominado no fim do jogo (1 ponto).
  • Dominar mais quadrantes do que o seu adversário (4 pontos)
  • Controlar um console no fim do jogo (1 ponto para cada, existem quatro consoles, um no centro de cada quadrante).
  • Fizer o seu "Classifield Objetive"*
 *No início do jogo, você pode escolher trocar o Classifield por um "Intelcom card".

Como você só pontua no fim do jogo, as duas opções mais óbvias de estratégias são:
  • Dominar os quadrantes no início do jogo e manter a sua hegemonia até o fim.
  • Ou, fazer um push no último turno e colocar os pontos necessários em cada quadrante só no fim. 
Para negar os pontos do adversário, nada mais "fácil" do que caçar as unidades dele, além disso, você não precisa gastar ordens para apertar botões, pois até pra controlar os consoles você só precisa entrar em BtB com o seu especialista e não ter nenhum adversário tocando-os.

Eu usei a minha lista 1 nessa partida, com um link de Govads para matar e controlar o campo, um total reaction para cuidar do flanco oposto ao link, Ayyar para forçar buracos na defesa e o Ragik para pontuar/aproveitar os buracos e acabar com a retaguarda do oponente. A minha estratégia era acabar com as principais ameaças e no último turno colocar as unidades nos quadrantes necessários.

Os resultados foram esses:
  • DaRedOne 4 x 2 Denicol 
  • Wowskyguy 5 x 7 MadAngel
  • HardDisk 4  x 0 Warmonger
  • Streem 0 x 8 Caumo
  • PauloCavalcanti 9 x 0 Aleatory
  •  
Segundo Round

Tivemos "Firefight" na sequência, outra missão extremamente voltada para um confronto direto, não tem muita dificuldade, traga suas armas pesadas, truques sujos e mate mais do que o adversário, para pontuar você precisa:
  • Matar mais especialistas do que o adversário (1 ponto).
  • Matar mais Lieutenants que o adversário (2 pontos).
  • Matar mais Army Points que o adversário (3 pontos).
  • Adquirir mais itens das Panoplies (1 ponto).
  • Matar o DataTracker do adversário (1 ponto)
  • Fazer os Classifields (1 ponto cada, total de 2 pontos).
 Apesar de ser bem direta, você ainda precisa escolher os seus alvos para pontuar, ou seja, ir atrás dos especialistas e Lieutenant é primordial para garantir mais uns pontinhos.

Usei a mesma lista anterior com a mesma estratégia, com a diferença que não me preocupei em avançar muito as tropas.

 Resultados dessa rodada:
  • MadAngel 0 x 8 HardDisk
  • PauloCavalcanti 0 x 8 Caumo
  • Aleatory 2 x 7 Streem
  • DaRedOne 10 x 0 Warmonger
  • Wowskyguy 0 x 5 Denicol
 Terceiro Round

 A última missão foi "Looting and Sabotaging", uma missão bem objetiva a qual você precisa de uma lista feita exatamente pra ela, pois você precisa ter uma forma de Anti-material em CC para destruir o objetivo principal, mas você também precisa de uma forma de defesa contra o seu oponente. Os pontos são feitos da seguinte maneira:
  • Proteja o seu próprio AC2 (1 ponto por STR que ele tenha no fim do jogo)
  • Dê dano no AC2 inimigo (1 ponto por STR perdido no fim do jogo)
  • Destrua o AC2 inimigo (1 ponto, além dos pontos por dano causado)
  • Destruir o AC2 inimigo com o seu DataTracker (1 ponto)
  • Adquirir mais itens nas panoplies que o adversário (1 ponto)
  • Fazer o Classifield (1 ponto)
 Ou seja, você precisa destruir o AC2 inimigo e não pode perder o seu. É uma missão muito objetiva, não adianta matar a galera que isso não vai te ajudar a ganhar o jogo (pelo menos não diretamente).

Para isso, eu usei a minha segunda lista, com Fidays para destruir o AC2 e o resto da lista para defender o meu próprio AC2, no Open eu fiz um erro que me custou os dois Fidays antes que pudesse dar dano no AC2, mas consegui defender com sucesso (e um pouco de sorte) com o uso de minas, alguns AROs e Ghazis em posições defensivas dando Jammer em quem chegasse perto. O meu jogo foi definido pelas Panoplies, meu adversário (Caumo, carinhosamente apelidado de "Final Boss") pegou mais itens do que eu, então não subestimem os outros objetivos, eles podem te dar a vitória!

 E os resultados:
  • Wowskyguy 4 x 5 Warmonger
  • DaRedOne 8 x 1 PauloCavalcanti
  • MadAngel 8 x 1 Aleatory
  • Streem 7 x 1 Denicol
  • Caumo 5 x 4 HardDisk

Classificação
No fim do dia, com todo mundo bem cansado depois de várias partidas apertadas e algumas definidas na última ordem, ficamos assim:

Classificação Geral:

#  Nome (ITS)                                                       Pontos Totais    Pontos Objetivo 
1 - Morats - Paulo Andrade (DaRedOne)                         8                         22
2 - Tohaa - Renato (Caumo)                                          8                         21
3 - Onyx - André (Streem)                                            6                        14
4 - Hassassins - Galeno (HardDisk)                               5                        16
5 - Caledônia -  Henrique Fava (MadAngel)                   5                         15
6 - Corregidor - Paulo Cavalcanti (PauloCavalcanti)       3                         10
7 - USAriadna - Rodrigo Denicol (Denicol)                     3                          8
8 - ALEPH - Vinicius Contrucci (Warmonger)                 2                          5 
9 - Nomads - Andy Strauss (Wowskyguy)                       0                          9
10 - Yu Jing - Fabio Hirsch (Aleatory)                           0                          3

Ah, também teve prêmio para o jogador mais amigável, esse foi para o Fabio Hirsch e seus YJ!


Melhor Exército Pintado: Andy Strauss - Nomads


Melhor exército pintado


Melhor Miniatura Individual: Alguacile Hacker - Paulo Cavalcanti

Melhor miniatura individual

 Listas:
  Para ver todas as listas jogadas no Open, é só clicar aqui.

 E agora uma participação especial, Paulo "DaRedOne" Andrade, vencedor do Open, irá comentar um pouco sobre as listas que ele levou para a peleja e analisar um pouco das listas que apareceram por lá!
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Listas, Missões e Táticas, ou “por quê você deve jogar a missão”

Fala galera, tudo bem? Esse trecho quem está escrevendo é o Paulo “DaRedOne”. Como já deu para perceber, o Open foi muito bem pareado e as missões pediam competências bem diferentes. Eu vou falar aqui de boas ideias sobre cada uma dessas missões, e como algumas listas jogaram particularmente bem em algumas delas.

Round 1:

Vamos falar da primeira missão, Safe Area. Essa missão requer duas coisas: modelos para controlar zonas, e um data tracker parrudo para sobreviver até o fim do jogo controlando uma delas. Data trackers parrudos ideais são TAGs com armas de curta distância (Geckos, Xeodrons, etc) ou heavy infantries linkadas (Suryats, Riot Grrls, Orcs e outras HIs com a skill Fireteam:Haris são ótimas nessa missão).

O truque aqui era ter modelos baratos para negar a área para o oponente, e alguns modelos mais agressivos e resistentes para empurrar o avanço durante o turno ativo. Modelos baratos como Daylamis, Krakots, Zeros, Chasseurs e outros minelayers camuflados são excelentes para travar o meio da mesa e impedir o oponente de segurar as zonas até o final.

Listas de 10 modelos nessa missão não eram uma ideia muito boa, mas mais por uma questão de ter menos modelos de ARO dispensáveis para travar o avanço do oponente. Uma lista de 10 ordens aqui precisaria garantir o primeiro turno e, mais importante, conseguir várias posições de Supressive fire para dificultar o avanço do oponente.

Se olharmos os vitoriosos nesse round, veremos que todos tinham listas com mais de 10 modelos, mas alguns modelos parrudos para servirem de data trackers. Algumas menções chaves aqui foram o Gecko em nomads e o Sukeul K1 Rifle em tohaa. Ambos têm múltiplas wounds, armas de curta e média distância muito perigosas e movimentam-se rápido o bastante para garantir um avanço seguro.

Round 2:

No segundo round, tivemos uma missão de conflito direto, e aqui era fundamental ter peças matadoras de turno ativo. Um primeiro turno devastador podia ganhar ou perder essa missão, por isso é fundamental ter em mente se é mais importante escolher o lado da mesa ou a iniciativa. Eu escolhi lado, mas apenas porque sabia que meu oponente tinha armas de curta distância, e precisaria se aproximar da minha saraivada de HMGs e Rocket launchers.

Essa era a única missão onde listas de menos modelos tinham vantagem. Lieutenants óbvios (Achilles, Kornak Gazarot, etc) eram arriscados, mas efetivos, principalmente se colocados em posições onde o oponente teria que avançar através de vários aros para matá-los. Especialistas aqui de preferência com camuflagem, para impedir que fossem mortos muito rápido.

Um data tracker resistente novamente era fundamental nessa missão, pois alguém mais fraco, mesmo posicionado em locais reclusos, poderia ser morto facilmente por um modelo inimigo com AD ou Infiltration/Impersonation.

Aqui podemos ver como o Sogarat Tempest Regiment e o Rasail Boarding Party se tornam modelos excelentes. Ambos podem ser lieutenants óbvios, porém extremamente difíceis de eliminar, e também podem funcionar como data trackers igualmente parrudos, embora eu não recomende escolher o Lieutenant como data tracker.

Uma boa ideia nesta missão era o uso de forças com AD ou Infiltration para eliminar peças chaves do oponente. Uma menção honrosa aqui é o Roger Van Zant, que com certeza deu trabalho para o oponente, e muito provavelmente eliminou um data tracker (Perdi meu Sogarat para o Van Zant no primeiro round, o que me custou alguns pontos, e imagino que o mesmo pode ter acontecido nessa rodada, com impacto ainda maior).

Round 3:

A missão “Looting and Sabotaging” é uma das minhas favoritas no Infinity. Essa missão requer que um computador (AC2) no centro do deploy oponente seja destruído, e esse computador só sofre dano de armas Close Combat com o tipo Anti-material. O dano desarmado de TAGs sempre é considerado como dano Anti-material em CC para essa missão. Além disso, destruir o computador com o Data Tracker dá 1 ponto extra.

Logo de cara é importante entender que existem duas maneiras de proceder bem nessa missão: uma é entregar um modelo com CC alto e de preferência D-charges o mais próximo possível do AC2 oponente, geralmente usando as skills infiltration ou Airborne Deployment, e a outra é escoltar um data tracker equipado com algum tipo de arma CC anti-material (Qualquer arma do tipo DA, EXP ou T2) até o AC2. Qual das duas estratégias usar é o que vai definir a lista e o gameplay.

Se olharmos as listas mais bem sucedidas nesse round, veremos um exemplo de cada uma dessas estratégias: Em caledônia temos um ‘pain train’ monstruoso com o William Wallace liderando um fireteam barato, além do míssil que é o MacMurrough. Basicamente um dos dois com certeza iria atravessar a mesa e explodir o AC2, mesmo se o oponente estivesse entupido de visores e outras formas de atrapalhar os times, a velocidade e confiabilidade de fumaça desses modelos garantia que eles conseguiriam finalizar o trabalho mesmo tomando tiros de todos os lados.

No outro lado, temos um dos modelos que considero o MVP desta missão em particular: Rasyat Diplomatic Division. Com AD:Combat Jump, PH13, Eclipse grenades e tanto D-charges quanto uma DA Close combat weapon, o Rasyat é um dos melhores destruidores de AC2 do jogo. A desvantagem é que como ele começa fora da mesa, ele não pode ser o Data Tracker, então na minha lista eu também tinha uma Oznat com DA close combat weapon, até para servir de chamariz para que meu oponente não achasse que o meu plano era descer o Rasyat do lado do objetivo.

Como podem ver, cada uma das missões requer competências específicas e modelos chave. Os jogadores que se deram melhor foram os que consideraram esses fatores e montaram suas listas de acordo, preparando uma estratégia mais sólida para encarar os oponentes.

Esse Open foi bem bacana de jogar, e espero ver outros jogadores surgindo num futuro próximo para trazer novas e interessantes estratégias para nossas mesas. Até a próxima, pessoal, e boa sorte!
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Por fim, a organização do Open me pediu para deixar os agradecimentos a todos que compareceram e lembra-los que próximo ano terá mais Opens! Então pintem seus armys, criem suas listas, pratiquem as missões e vamos todos juntos fazer essa comunidade crescer cada vez mais!



2 comentários:

  1. Uhu!
    Preciso mandar uma foto boa do melhor exército pintado. Essa fotos tá bem ruim! (E fui eu que bati) ahhh

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